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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Serie Mestres do Brasil-Tucano Preto


Mestre Camisa e sua escola representam a maior faculdade que cursei na minha vida durante anos.”

O tucano, ave que vive em florestas das Américas Central e do Sul, é bastante comum no Brasil. Imponente com seu bico amarelo, preto ou verde em determinadas espécies, suas cores e características remetem à diversidade da fauna brasileira. Ricardo Oliveira é conhecido como Tucano Preto, respeitado por muitos capoeiristas nas rodas por ser considerado um dos mais completos capoeiristas do mundo. “O apelido, nas palavras do Mestre Pato, se referia ao meu comportamento diante da capoeira para com as possibilidades do mundo. Ele via em mim um espírito livre, um menino que andaria por muitas terras e que voaria por imensidões levando seu aprendizado, e por essa razão ele me chamou de Tucano Preto”.
   Nascido em 19 de agosto de 1972, Tucano Preto é natural de São Paulo, capital, porém, sob influência da mãe já falecida, Hildete da Silva Oliveira, que exerceu o cargo de produtora de cultura na Matriz Africana da cidade de Salvador-BA e São Paulo-SP entre 1945 a 1990, teve, desde cedo, laços estreitos com a cultura africana, que expressam, de forma legítima, a mistura de culturas que é o Brasil. “Minha influência pela capoeira e pela cultura afro-brasileira se deu através do ambiente familiar, inicialmente pelo meu tio e grande ídolo, Simonal Silva, conhecido como “peito de pombo”, que me apresentou aos atabaques, berimbaus, pandeiros, cantigas de capoeira que me inspiram até os dias de hoje”, comentou.
   Mais velho entre quatro irmãos, Tucano Preto cresceu na periferia da Zona Oeste de São Paulo. “Fui criado em um ambiente de muito respeito. Apesar das grandes dificuldades, fizemos delas o combustível para nossa motivação em vencer, prosseguindo pelo caminho do bem, andando descalço nas ruas de terra em dia de sol quente, fazendo fogueira pra ouvir histórias nos dias de frio, jogando botão, bolinha de gude, rodando pião na primavera, soltando pipa nas férias escolares de verão e, nos dias de chuva, era necessário andar sobre a lama e com um detalhe, sempre me mantendo limpo com minha roupa branca”.
   Os primeiros passos de Tucano Preto na capoeira aconteceram na infância, aos seis anos de idade, na companhia do tio. “Foi um aú pra lá, bananeira pra cá, uma queda de rim, e as expressões da ginga que trago em meu corpo e no jogo até hoje. A maior das impressões naquele dia foi o sorriso do meu tio e de minha mãe, que me incentivaram através do olhar. No início tive muita curiosidade e queria imitar meu ídolo. Depois, percebi que a capoeira iria lapidar essa pedra bruta que sou”, destacou.

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