ESCOLA ABADÁ CAPOEIRA UM PEDAÇÃO DO SEU CORAÇÃO SE ENCONTRA AQUI EM PARAUAPEBASI

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GALERA DA ESCOLA ABADÁ

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

MESTRE JOÃO GRANDE TIRE O CHAPEU


CAPOEIRA ANGOLA

Capoeira Angola, uma antiga arte marcial de origem Africano, é uma das muitas armas culturais utilizados para quebrar as cadeias da escravidão no Brasil. Jogado perto do chão, Capoeira Angola combina fluidos, dança-como movimentos com chutes, cabeçadas, varreduras de disparo e da aparência de jovialidade ou vulnerabilidade. Música é tocada em instrumentos tradicionais para acompanhar os jogadores, para ensinar o coração rítmica da arte, e também para mascarar a sua potência. Nos olhos dos escravizadores que parecia ser uma brincadeira e dança acrobática brincalhão, mas, eventualmente, o seu poder foi realizado e Capoeira foi proibida. A morte era a pena pagar por aqueles pego jogando capoeira durante a época da escravidão. Por quase 400 anos a Capoeira Angola foi ensinado e praticado em segredo, e só em 1930 que esta arte marcial Africano tornou legal para ensinar e praticar.
João Grande e PipocaMestre João Grande na roda
Mestre João Grande, um Grande Mestre de Capoeira Angola com mais de 50 anos de experiência, é uma figura muito respeitada no mundo da capoeira e recebeu inúmeros prêmios. Estes incluem um Doutorado em Letras Humanas de Upsala College, em East Orange, NJ, em 1995, e em setembro de 2001, ele foi premiado com o National Heritage Fellowship pelo National Endowment for the Arts, que é um dos mais prestigiados prémios para os praticantes de tradicional artes em os EUA.
João Grande aprendeu Capoeira Angola de Mestre Pastinha, que continua a ser a sua principal fonte de inspiração. Mestre Pastinha abriu a primeira Escola de Capoeira Angola, a Academia de Capoeira Angola, em 1941, na cidade de Salvador, Bahia, no nordeste do Brasil. Mestre Pastinha dedicou sua escola para preservar e continuar a longa tradição desta arte marcial Africano, ensinando a Capoeira Angola como um caminho de auto-conhecimento e domínio.Mestre Pastinha foi o primeiro Mestre de Capoeira (mestre) para escrever um livro sobre a história, filosofia e prática da Capoeira, simplesmente intitulado "Capoeira Angola". Ele foi para a África com seus alunos para participar do Festival de Artes e Cultura da África durante a década de 1970 e também produziu álbuns promovendo o único componente musical desta arte marcial.

Mantendo a Tradição

Mestre João Grande ensina no estilo Africano, como um modo de vida, como o seu mestre Mestre Pastinha fez antes dele. Ele freqüentemente usa metáforas relacionadas com a natureza, como o seguinte:
Eu sou fruta madura
Cai DO pé Lentamente
Na Queda larga Semente
Procura terra fresca
Pra Ser fruta Novamente
Eu sou um fruto maduro
Cair lentamente a partir da árvore
O impacto se espalha minhas sementes
À procura de terra fértil
Para ser frutos, mais uma vez
PastinhaVicente Ferreira Pastinha
Entrando Academia de Mestre João Grande, você pode sentir a energia da Capoeira Angola. A sala está cheia de berimbaus, o principal instrumento musical da capoeira. Galerias de fotos raras do passado histórico da Capoeira de Angola, bem como fotos de viagens do Mestre em todo o mundo, cobrem as paredes. Mestre tem um grande apreço pela cultura Africano, tanto da própria África e como ele se manifesta no Brasil. Belas esculturas Africano, têxteis e inúmeros lembranças da Bahia decorar a academia.
Mestre tem viajado extensivamente na África, Europa e Ásia, em todo o Brasil e os Estados Unidos. Ele viajou pela primeira vez no exterior na década de 1970 com Viva Bahia, um dos primeiros grupos a realizar capoeira e outras artes folclóricas afro-brasileiras fora do Brasil. Em seguida, ele viajou para a realização de oficinas de Capoeira Angola no Brasil e no mundo. Ele ensinou para grupos de capoeira, universidades, faculdades, escolas, escolas primárias, e organizações cívicas, entre outros. Se você estiver interessado em ter o Mestre João Grande ensinar em sua escola ou organização, consulte o oficinaspágina.

Centro de Capoeira Angola de Mestre João Grande
104 West 14th St.
New York, NY 10011
Tel: (212) 989 6975

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Capoeira e o treinamento funcional


Christiano Silva Brum e Ricardo Pires*
A palavra função, ligada ao Treinamento Funcional, quando associada à capoeira, tem o objetivo de proporcionar transferências de ganhos dos exercícios funcionais, também chamados de exercícios inteligentes, para o desenvolvimento das habilidades ligadas à capoeira. Ou seja, uma preparação física por meio de uma modalidade que considera a especificidade de cada esporte ou arte, incluindo a capoeira, e desenvolve o corpo integralmente. Grande parte dos exercícios convencionais das academias não supre a real necessidade do corpo humano. Estimulam os grupamentos musculares isoladamente, dificultando a transferência do ganho de força, coordenação, equilíbrio e velocidade para o capoeirista.
Treinamento é o conjunto de exercícios com o objetivo de melhorar as habilidades, e “funcional” se relaciona com a função do movimento. E o que isso tem a ver com a capoeira? Tudo! No desenvolvimento de um bom jogo de capoeira é preciso integrar diversas valências físicas: equilíbrio, força, tempo de reação, flexibilidade, agilidade, velocidade e principalmente a capacidade de utilizar todas estas habilidades dentro da necessidade de cada tipo de jogo e toque do berimbau.
O Treinamento Funcional utiliza diversos acessórios que podem ocupar pequenos espaços e serem utilizados nas escolas e academias de capoeira com eficiência. Exercícios que simulam movimentos utilizados nos golpes da capoeira podem ser realizados com elásticos específicos, desenvolvendo força com velocidade, aumentando a potência dos golpes. As plataformas instáveis são acessórios que estimulam movimentos e acionam músculos estabilizadores e mais profundos do corpo humano, principalmente os da região central do corpo. O conjunto desses 29 pares de músculos é o CORE. Os benefícios de treinar com foco no core são diversos. Entre eles, sustentar o alinhamento da coluna e aumentar equilíbrio e força postural dinâmica. Tudo que um bom capoeirista precisa para garantir o corpo forte e livre de lesões. Isto porque um dos grandes trunfos do treinamento funcional é prevenir lesões nas diversas articulações do corpo humano.
O estímulo integral do Treinamento Funcional pode ser importantíssimo para o capoeirista que necessita de equilíbrio e harmonia corporal, além de evitar as lesões, sobretudo na região lombar, que é sobrecarregada pela ginga e outros movimentos da capoeira. A bola suíça, quando utilizada para a execução da ponte, permite um alongamento mais eficiente e seguro do tronco, região da coluna vertebral que deve ser trabalhada com cuidado e boa orientação.
Com o apoio de um profissional de educação física, o mestre ou professor de capoeira tem a oportunidade de enriquecer seus treinamentos, utilizando esta nova modalidade que também une conhecimentos de outras modalidades, como o Pilates, a musculação e a preparação física do treinamento desportivo.
Considerando o princípio da individualidade biológica e os pontos “fortes” e “fracos” de cada capoeirista, o Treinamento Funcional pode atuar aprimorando habilidades pouco desenvolvidas, identificadas durante o jogo. Alguns praticantes têm força, mas executam os golpes relativamente de forma lenta, outros já possuem velocidade no golpe, porém com pouca amplitude. Dessa forma, o Treinamento funcional pode ser utilizado como um instrumento de preparação física e de correção de déficits nas habilidades necessárias desta nobre arte-luta.
A capoeira possui um conjunto de técnicas específicas a serem treinadas. O objetivo do treinamento funcional é aprimorar estes movimentos para que sejam tão velozes quanto coordenados; tão fortes quanto flexíveis e que o equilíbrio esteja presente. Esta nobre arte-luta também é uma forma de “treinamento funcional”, pois desenvolve diversas habilidades corporais que podem ser utilizadas na prática. Os novos conhecimentos ligados à preparação física tem o potencial de desenvolver, ainda, o jogo da capoeira. Porém, a riqueza cultural e ancestral desta arte-luta é única e insubstituível!
(BOX)
Entrevista com João Perelli, professor de Educação Física; Mestre em Ciência da Motricidade Humana; Coordenador da PÓS CAPOEIRA UGF; Coordenador da Licenciatura em Educação Física da Universidade Estácio de Sá – RJ; Professor da Cadeira Prática Pedagógica da Capoeira FAMERC-RJ; Pesquisador associado do LEECCC – Laboratório de Etnografia e Estudos em Comunicação, Cultura e Cognição.
Revista Capoeira – Quais os benefícios que o treinamento funcional pode trazer para a prática da capoeira?
João Perelli – Melhoraria das habilidades motoras, das técnicas específicas (movimentos da capoeira), do condicionamento físico. Em linhas gerais, os movimentos da Capoeira (ginga, golpes, esquivas, floreios) podem ter sua eficiência técnica aumentada com o treinamento funcional.
Existem métodos desenvolvidos, especificamente, para o treinamento funcional na capoeira?
Sim, alguns grupos desenvolveram métodos de treinamento de acordo com seu segmento de Capoeira (angola, regional, contemporânea, entre outros). Desta forma, esses atendem às necessidades e carências de cada estilo, possibilitando o aumento do desempenho.
Pode citar um golpe que é beneficiado com o treinamento funcional?
A Bênção. Neste golpe podemos observar a melhora significativa no tempo de reação, agilidade, coordenação motora, força, potência e equilíbrio.
*Christiano Silva Brum Mestrando de Capoeira (UCCAP) / Profissional de Educação Física / Mestrando em Saúde Brasileira
Ricardo Pires Profissional de Educação Física /Pós Graduado em Treinamento Funcional

Serie Mestres do Brasil-Tucano Preto


Mestre Camisa e sua escola representam a maior faculdade que cursei na minha vida durante anos.”

O tucano, ave que vive em florestas das Américas Central e do Sul, é bastante comum no Brasil. Imponente com seu bico amarelo, preto ou verde em determinadas espécies, suas cores e características remetem à diversidade da fauna brasileira. Ricardo Oliveira é conhecido como Tucano Preto, respeitado por muitos capoeiristas nas rodas por ser considerado um dos mais completos capoeiristas do mundo. “O apelido, nas palavras do Mestre Pato, se referia ao meu comportamento diante da capoeira para com as possibilidades do mundo. Ele via em mim um espírito livre, um menino que andaria por muitas terras e que voaria por imensidões levando seu aprendizado, e por essa razão ele me chamou de Tucano Preto”.
   Nascido em 19 de agosto de 1972, Tucano Preto é natural de São Paulo, capital, porém, sob influência da mãe já falecida, Hildete da Silva Oliveira, que exerceu o cargo de produtora de cultura na Matriz Africana da cidade de Salvador-BA e São Paulo-SP entre 1945 a 1990, teve, desde cedo, laços estreitos com a cultura africana, que expressam, de forma legítima, a mistura de culturas que é o Brasil. “Minha influência pela capoeira e pela cultura afro-brasileira se deu através do ambiente familiar, inicialmente pelo meu tio e grande ídolo, Simonal Silva, conhecido como “peito de pombo”, que me apresentou aos atabaques, berimbaus, pandeiros, cantigas de capoeira que me inspiram até os dias de hoje”, comentou.
   Mais velho entre quatro irmãos, Tucano Preto cresceu na periferia da Zona Oeste de São Paulo. “Fui criado em um ambiente de muito respeito. Apesar das grandes dificuldades, fizemos delas o combustível para nossa motivação em vencer, prosseguindo pelo caminho do bem, andando descalço nas ruas de terra em dia de sol quente, fazendo fogueira pra ouvir histórias nos dias de frio, jogando botão, bolinha de gude, rodando pião na primavera, soltando pipa nas férias escolares de verão e, nos dias de chuva, era necessário andar sobre a lama e com um detalhe, sempre me mantendo limpo com minha roupa branca”.
   Os primeiros passos de Tucano Preto na capoeira aconteceram na infância, aos seis anos de idade, na companhia do tio. “Foi um aú pra lá, bananeira pra cá, uma queda de rim, e as expressões da ginga que trago em meu corpo e no jogo até hoje. A maior das impressões naquele dia foi o sorriso do meu tio e de minha mãe, que me incentivaram através do olhar. No início tive muita curiosidade e queria imitar meu ídolo. Depois, percebi que a capoeira iria lapidar essa pedra bruta que sou”, destacou.